A convite da Netflix, o Mundo dos Musicais assistiu ao primeiro episódio de “The Politician“, nova série de Ryan Murphy para a gigante do streaming. Confira o que achamos do novo projeto de Ben Platt (“Dear Evan Hansen”).
Todo novo projeto de Ryan Murphy é recebido com um misto de entusiasmo e pé atrás: o primeiro pois quase nenhum outro criador na televisão mundial tem a capacidade de produzir tantos hits quanto ele (ele é o homem por trás de “Nip/Tuck”, “Glee”, “American Horror Story” e “American Crime Stoy”), e o pé atrás é devido a cabeça do mesmo funcionar tão loucamente que nem sempre o conteúdo entregue é digerível pelo grande público. Em “The Politician” ele conseguiu misturar a animação e a loucura em um nível ainda mais forte, mantendo-se sempre verdadeiro a sua visão de artista, mas criando algo que tem tudo para cair na boca do povo.

“The Politician” foca em Payton Hobart (Ben Platt, vencedor do Tony por “Dear Evan Hansen”), um jovem que acredita ser destinado a ser presidente dos Estados Unidos e que, portanto, precisa passar por todas as corridas eleitorais da vida política, a começar pelas escolares. Para isso ele tem ajuda de pessoas como sua namorada Alice (Julia Schlaepfer) e sua mãe Georgina (Gwyneth Paltrow).
Murphy é conhecido por ter um humor bem particular e por transformar suas séries, do ponto de vista estético, em algo bem próprio, e aqui não é diferente.
A cidade de Santa Barbara é retratada com um absurdo poder solar que faz com que você realmente queira entrar nas enormes piscinas dos milionários ali presentes, ainda que de certa forma (e até pelas escolhas de atuações do elenco) a plasticidade ali instaurada nos remete quase como se Barbie, Ken e seus amigos ganhassem vida.
Nem tudo é riqueza na série: a trama de Infinity (Zoey Deutch) mostra a simplicidade de uma menina muito doente que conta com a ajuda da avó (Jessica Lange) para poder viver. A série tem um tom de dramédia, gênero em que Murphy ficou bem marcado por “Glee”, mas que também estava presente em sua primeira série, a não tão famosa (mas igualmente boa) “Popular”.
É interessante notar que mesmo com vencedoras do Oscar no elenco (

Paltrow e Lange), é o elenco novato que causa o maior impacto no espectador. Além do excelente Ben Platt, que traz seu jeito estranho, mas carismático para viver o personagem principal, temos uma gélida Lucy Boynton como a potencial antagonista da série. O destaque, no entanto, fica com Julia Schlaepfer e David Corenswet, a primeira entrega uma deliciosa performance que remete às Channels de “Scream Queens”, outra série de Murphy. Já David encanta pelo charme e presença que nos causa estranheza, mas também parece ter o coração no lugar certo.
Logo no primeiro episódio, a série já passeia pelo drama, comédia, suspense, musical (Platt canta!) e nos faz chorar quando menos esperamos. É algo que expressa bem a montanha-russa de emoções que alguns projetos de Ryan nos causa.
“The Politician” é a primeira série de um grandioso acordo realizado entre o produtor a Netflix, mas se as demais forem tão deliciosas quanto essa, pode mandar mais, que o meu voto vai ser sempre pra ele.
“The Politician” estreia em 27 de setembro.