Entrevistamos a atriz que se apresenta na Gala Bernstein em 24 e 25 de agosto no Theatro Municipal de São Paulo.
O Theatro Municipal de São Paulo realizará a Gala Bernstein.
Depois de realizar “Missa”, uma das obras mais singulares de Leonard Bernstein, que reuniu aproximadamente 300 artistas no palco, o Theatro Municipal de São Paulo homenageia o maestro norte-americano com duas apresentações, em 24 e 25 de agosto (dia em que ele completaria seu centenário), às 20h.
No palco, a Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), o Coro Lírico e o Coral Paulistano, além do tenor Fernando Portari, do contratenor Bruno de Sá e da soprano
Meghan Picerno, para interpretar composições que mostram a versatilidade do artista.
Estivemos com a atriz e cantora de ópera Meghan Picerno e batemos um papo sobre sua carreira, óperas, teatro musical e sobre sua participação na Gala Bernstein. Ela já interpretou Maria em “West Side Story” e Cunegonde na opereta “Candide” – ambas composições de Leonard Bernstein. Veja a entrevista completa abaixo:
Meghan é atualmente a Christine da turnê norte-americana de “Love Never Dies”, por isso, também promovemos um encontro entre Christines, em um vídeo especial com Lina Mendes e Giulia Nadruz, as Christines da montagem de “O Fantasma da Ópera”, em cartaz no Teatro Renault. Este vídeo estará no ar em breve, por enquanto, algumas fotos do encontro:
Fotos: Ana Julia Brito
“Leonard Bernstein tem uma obra ampla e variada e a ideia da Gala é apresentar ao público, numa só noite, estas diversas facetas”, ressalta o Secretário Municipal de Cultura, André Sturm.
O concerto se inicia com “Slava! Uma Abertura Política”, sinfonia que Bernstein compôs para o violoncelista Mstislav “Slava” Rostropovich quando o também maestro russo assumiu a Orquestra Sinfônica Nacional, em Washington. Em seguida, é executada “Chichester Psalms”,composta para orquestra e coro a pedido do Reverendo Walter Hussey da paróquia de Chichester, na Inglaterra.
Do musical “West Side Story” (1957), inspirado no clássico “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, o programa terá as “Danças Sinfônicas”, uma compilação dos trechos de dança do musical, que marcam os seguintes momentos: a crescente rivalidade entre as gangues, um sonho em que estas se tornam amigas e o primeiro encontro dos jovens desafortunados, que se apaixonam. Ainda da mesma obra, estão no espetáculo a suíte “Maria”, “One Hand, One Heart”, “Somewhere” e “Balcony Scene”.
A história de um dia de folga em Nova York na vida de três marinheiros é o mote de “On The Town” (1944), composição de Bernstein que virou filme, em 1949, estrelado por Gene Kelly e Frank Sinatra. Deste trabalho, estão no programa o trecho instrumental “Times Square” e as canções “I Can Cook Too” e “Lucky to Be Me”.
Do musical -também classificado como opereta cômica- “Candide” (1956), com libreto de Hugh Wheeler, baseado na obra homônima de Voltaire, estão no programa a “Abertura”, além das canções “Glitter and Be Gay” e “Make Our Garden Grow”, dueto com coro.
“Esta é uma celebração àquele que eu considero o maior músico americano de todos os tempos. Bernstein foi um dos maiores maestros, compositores da Broadway, pianistas da sua geração e falava de música com muita propriedade. Para mim, Bernstein foi o último grande gênio da música. E esta homenagem vai reunir grandes trabalhos desse mestre”, explica Roberto Minczuk, regente titular da OSM.
Os ingressos para os concertos variam de R$ 20 a R$ 80 e podem ser adquiridos pelo site www.eventim.com.br ou na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo.
Concerto Informal
A Orquestra Sinfônica Municipal faz mais um dia de homenagem ao maestro norte-americano. Em 26 de agosto, às 16h30, a OSM, sob a regência de Roberto Minczuk, apresenta trechos de Gala Bernstein na série “Concertos Informais”, no qual o regente, entre uma música e outra, conversa com a plateia, contando detalhes e curiosidades sobre as composições e seus autores. Os ingressos variam de R$ 12 a R$ 30.
Programa:
Gala Bernstein
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coro Lírico
Coral Paulistano
Roberto Minczuk: Regente
Fernando Portari: Tenor
Meghan Picerno: Soprano
Bruno de Sá: Contratenor
“Slava! Uma Abertura Política” | L. Bernstein
“Chichester Psalms” | L. Bernstein
Danças Sinfônicas de “West Side Story” | L. Bernstein
Abertura de “Candide” | L. Bernstein
Suíte de “West Side Story” | L. Bernstein
Canções de “On the Town” | L. Bernstein
Canções de “Candide” | L. Bernstein
Local: Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos
Data: Sexta-feira, 24/8 e sábado, 25/8, 20h.
Duração: aprox. 120 min. com um intervalo
Classificação indicativa: livre (indicado para maiores de 7 anos)
Ingressos: Setor 3 – R$ 20 / Setor 2 – R$ 50 / Setor 1 – R$ 80
OSM Informal
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Roberto Minczuk: regente
Abertura de “Candide” | L. Bernstein
Danças Sinfônicas de “West Side Story” | L. Bernstein
“Slava! Uma Abertura Política” | L. Bernstein
Canções de “On the Town” – Times Square | L. Bernstein
Local: Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos
Data: Domingo, 26, às 16h30.
Duração: aprox. 50 min
Classificação indicativa: livre (indicado para maiores de 7 anos)
Ingressos: Setor 1 – R$ 30,00 / Setor 2 – R$ 20,00 / Setor 3 R$ 12,00
Vendas na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site www.eventim.com.br.
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº – São Paulo, SP
Horário da bilheteria: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nos espetáculos à noite, a bilheteria permanece aberta até o início do evento; em dias de espetáculos pela manhã, o espaço abre ao público duas horas antes do início da apresentação. Apenas venda e retirada de ingressos para os eventos do Theatro Municipal de São Paulo.
Roberto Minczuk
Fez sua estreia internacional à frente da Filarmônica de Nova York, na qual foi maestro associado, sendo o primeiro a ocupar esse cargo após Leonard Bernstein. Depois disso, regeu mais de 100 orquestras internacionais. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum “Jobim Sinfônico”. Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual foi regente titular de 2005 a 2015, e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
No começo do século XX, as companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam da Europa seus instrumentistas e coros completos, pela falta de um grupo orquestral em São Paulo especializado em ópera. A partir da década de 1920, uma orquestra profissional foi criada e passou a realizar apresentações esporádicas, tornando-se regular em 1939, sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Uma década mais tarde, o conjunto passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi oficializado em lei de 28 de dezembro de 1949, que vigora ainda hoje. A história da Sinfônica Municipal se confunde com a da música orquestral em São Paulo, com participações memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidú Sayão; a inauguração do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro Municipal, em 1955, com a estreia da ópera “Pedro Malazarte”, regida pelo compositor Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo.
Estiveram à frente da orquestra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling.
Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo – OSM.
Mário Zaccaro, regente do Coro Lírico
Estudou regência com Eleazar de Carvalho e Robert Shaw, e orquestração com Cyro Pereira e Luis Arruda Paes. Foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica e regente assistente do maestro Isaac Karabtchevsky na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. De 1994 a 2013, foi regente do Coro Lírico Municipal de São Paulo, reassumindo a função em 2017. Procura sempre introduzir inovações nas técnicas de preparação musical do corpo artístico. Maestro, compositor, arranjador e pianista, Zaccaro foi também professor de Teoria, Harmonia e Percepção Musical na Escola Municipal de Música de São Paulo.
Coro Lírico
Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade e em apresentações próprias. O Coro Lírico foi criado em 1939 e teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em “Turandot”, em 13 de junho de 1939. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular e somente em 951 o coro foi oficializado, sendo dirigido posteriormente por Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorrenberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti e Bruno Greco Facio.
Atualmente regido por Mário Zaccaro, o Coro Lírico Municipal de São Paulo recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o prêmio Carlos Gomes 1997 na categoria Ópera.
Naomi Munakata, regente do Coral Paulistano
Naomi Munakata iniciou os estudos musicais ao piano aos 4 anos e começou a cantar aos 7, no coral regido por seu pai, Motoi Munakata. Formou-se em Composição e Regência em 1978, pela Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg. A vocação para a regência começou a ser trabalhada em 1973. Anos depois, essa opção lhe valeria o prêmio de Melhor Regente Coral, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Estudou ainda regência, análise e contraponto com Hans Joachim Koellreutter e viajou à Suécia para estudar com o maestro Eric Ericson. Aperfeiçoou-se em regência na Universidade de Tóquio. Atualmente, é a regente titular do Coral Paulistano.
Coral Paulistano
O Coral Paulistano foi criado em 1936 por iniciativa de Mário de Andrade. Marco da história da música em São Paulo, o grupo foi um dos muitos desdobramentos do movimento da Semana de Arte Moderna de 1922.
Atualmente, o Coral Paulistano tem como regente titular a maestrina Naomi Munakata e é um dos grupos que integram a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.
Fernando Portari, tenor
Cantou em mais de 40 montagens entre óperas, concertos, musicais, novela, shows e espetáculos em teatros do Brasil e do mundo. Na temporada lírica e de concertos de 2017, esteve na abertura do Theatro Municipal de São Paulo cantando Lobgesang, de Mendelssohn, com regência de Roberto Minczuk; e na ópera Norma, de Bellini, na Fundação Clóvis Salgado, com regência do maestro Silvio Viegas. Realizou ainda os shows Un Amore Così Grande e Um Tributo a Tony Bennett. Prepara um show, em que interpretará grandes canções italianas; segue com o projeto Imagens Líricas, produzido pela ETE Produções Artísticas em parceria com o Sesc-SP (trabalho autoral que une cinema e canto) e também se dedica à direção de espetáculos e ao ensino do canto. Em 2018, foi Alfredo, protagonista de La Traviata, de Giuseppe Verdi e o tenor italiano em O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, as duas óperas exibidas no Theatro Municipal de São Paulo.
Meghan Picerno, soprano
Soprano coloratura familiar com as protagonistas Cunegunde de Candide e Maria de West Side Story, duas composições de Leonard Bernstein, já interpretou papéis em Hello Dolly, My Fair Lady, The Music Man. Atualmente vive Christine Daae, personagem principal de Love Never Dies, continuação de O Fantasma da Ópera, de Andrew Lloyd Webber. Sua gama de interpretações líricas passa por A Rainha da Noite em A Flauta Mágica e Zerlina em Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; Gilda em Rigoletto e Violetta, em La Traviata, óperas de Giuseppe Verdi, entre tantas outras personagens. A cantora já se apresentou em salas de concerto como o Royal Albert Hall em Londres, New York City Opera e Carnegie Hall e recebeu prêmios em diversas competições de voz, entre elas Arkadi International Vocal, New York Lyric Opera’s Vocal Competitions e The Forte International Competition.
Bruno de Sá, contra-tenor
Formado pela Universidade Federal de São Carlos, já participou da montagem da Operetta Der Jensen de Kurt Weill e Bertolt Brecht, de Treemonisha de Scott Joplin e da ópera La Clemenza di Tito de Wolfgang Amadeus Mozart. Recebeu prêmios no Concurso Maria Callas e no Festival de ópera de Manaus. Participou da 2ª Academia de Canto em Trancoso, na Bahia. Atualmente, é integrante da Academia de Ópera do Theatro São Pedro.
Sobre o Instituto Odeon: O Instituto Odeon é o novo gestor do Theatro Municipal de São Paulo. Com mais de 20 anos de atuação na área da cultura, o Instituto se destaca pela gestão do Museu de Arte do Rio – MAR, na cidade do Rio de Janeiro, além de consultorias ao Governo de Pernambuco e Prefeitura de Porto Alegre; produção de espetáculos de teatro e idealização e gestão de diversos projetos socioculturais. A instituição assumiu em 1º de setembro a gestão do corpo artístico formado pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Coro Lírico Municipal de São Paulo, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, Coral Paulistano Mário de Andrade e Orquestra Experimental de Repertório e dos espaços: Theatro Municipal, Praça das Artes e Central Técnica do Theatro Municipal.