Texto de João Ribeiro Chaves Neto homenageia o jornalista Vladimir Herzog.
Por: Pedro Torrezan
Escrito em 1976 por João Ribeiro Chaves Neto, a peça reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), morto nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna), em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto.
Com direção de Nei Gomes, a montagem usa o metateatro para mostrar uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história da personagem Glauco Horowitz. A peça conta a vida de Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado. Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado.
Patética converge com a pesquisa estética e o posicionamento politico da Companhia Estável, desde as relações do modo de organização circense até os processos vivenciados pela modificação do espaço urbano ocasionados por interesses políticos. O primeiro projeto do grupo, Amigos Da Multidão, foi realizado no Teatro Flávio Império em Cangaíba, zona leste de São Paulo, onde a trupe desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu repertório. Também nesse projeto nasceu o espetáculo O Auto Do Circo (2004), de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta.
Sobre a Cia Estável de Teatro
Com 15 anos de trajetória o grupo formado na escola de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul foi contemplado em 6 edições da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserida. O primeiro projeto do grupo foi o Amigos da Multidão, realizado no teatro distrital Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de SP, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu próprio repertório.
Dentre elas, o espetáculo Incrível Viagem, de Doc Comparato e direção de Renata Zanetha, que também foi apresentado no projeto Formação de Público da Secretaria Municipal de Cultura. Foram montados também os espetáculos Flávio Império, Uma Celebração da Vida, de Reinaldo Maia e direção de Renata Zanetha, e Quem Casa, Quer Casa, de Martins Penna, com direção de Nei Gomes.
Com O Auto do Circo (2004) de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta, participaram do Festival de Teatro de Curitiba e Janeiro da Comédia, em São José do Rio Preto. A partir de 2006, a Cia. Estável de Teatro passou a fazer residência artística no Arsenal da Esperança, casa de acolhida que abriga 1.200 homens em situação de rua localizada ao lado do Museu do Imigrante, no bairro do Brás. Dentro do espaço, uma lona de circo foi armada servindo de picadeiro e lugar de convivência dos acolhidos.
No espetáculo Homem Cavalo & Sociedade Anônina, de 2008, o grupo aprofunda a pesquisa nas relações entre o modo de produção capitalista e a exploração do trabalho. Em 2009, o espetáculo foi convidado a participar do Festival Flaskô Fábrica de Cultura, do encontro estadual do MST em Itapeva, na Escola Nacional Florestan Fernandes e participa 5 Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.
Em 2011, o grupo comemorou 10 anos com uma mostra de seu repertório. Também lançou o livro Das Margens e Bordas – Relatos de Interlocução Teatral Cia Estável 10 Anos. Nele estão textos críticos produzidos por integrantes do grupo e colaboradores, o roteiro do espetáculo Homem Cavalo & Sociedade Anônina e extenso material iconográfico.
Em 2013 estreia A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht, com direção de Renata Zhaneta. A peça é apresentada dentro do Arsenal Da Esperança e circula por ruas e praças da cidade de São Paulo, participando da VII Mostra De Teatro De São Miguel Paulista, da I Mostra Pela Paz, da III Feira Teatro De Rua Em Sorocaba E Votorantim, do Festival De 10 Anos Da Flaskô e da Mostra De Teatro De Rua e De Floresta, no Acre, durante encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua.
A companhia integra o Movimento de Teatro de Rua (MTR).
SERVIÇO:
ARSENAL DA ESPERANÇA
R. Dr. Almeida Lima, 900 – Mooca. Telefone – 2292-0977.
Duração:
65 minutos
Ingressos:
1kg de alimento não perecível.
Capacidade:
80 Lugares.
Estacionamento:
Não.
Acessibilidade:
Sim.
Curta Temporada:
De 23 de junho a 2 de julho
Classificação etária: 10 anos.
Ficha Técnica:
Texto: João Ribeiro Chaves Neto
Direção: Nei Gomes.
Produção: Maria Carolina Dressler e Nei Gomes.
Adaptação da Dramaturgia: Daniela Giampietro
Elenco: Osvaldo Pinheiro, Paula Cortezia, Sergio Zanck, Miriele Alvarenga e Daniela Giampietro.
Preparação Musical: Reinaldo Sanches.
Preparação Corporal: Ana Paula Perche e Carlos Sugawara.
Coreografia: Luis Rossi.
Figurinos e adereços: Marcela Donato.
Assistente de figurino: Marita Prado.
Sonoplastia: Rogério Passos.
Maquiagem: Ana Luisa Icó.
Iluminação: Erike Busoni.
Operação Técnica: Zeca Volga.
Registro e Produção multimídia: Jonatas Marques.
Orientação Audiovisual: Luiz Cruz.
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli.