Depois de bem sucedidas temporadas no eixo Rio-SP, o sucesso de público e crítica “Gota D’Água [A Seco]” volta ao palco paulista em uma curta temporada, dessa vez no Teatro Porto Seguro e você não pode perder!

O MUSICAL
A primeira montagem do espetáculo aconteceu em 1975, a lendária atriz Bibi Ferreira dava a vida à virtuosa Joana escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes. Quase 40 anos depois de sua estréia, o espetáculo foi remontado sob a batuta de Rafael Gomes trazendo novidades não só no nome (a seco, foi um sufixo adotado para essa remontagem) mas também na estrutura do espetáculo que agora conta com um elenco mínimo, mais precisamente o casal protagonista.

GOTA D’ÁGUA [A SECO]
A história fala sobre o término da relação de Joana e Jasão e faz uma viagem desde quando tudo começou, costurando lembranças ao presente. Ela era uma mulher vivida e experiente, cheia de manias, fogo e paixão, já ele era um jovem inexperiente, cheio de medos mas fascinado pela aventura de descobrir o mundo e o amor; Assim começou a relação dos dois, mas o tempo e o temperamento genioso dos personagens fez com que a relação se desgastasse e chegasse ao fim.
Veja “Joana para Jasão”:
Veja também “Jasão para Joana”:
Por um certo tempo, as diferenças serviram para complementar a relação, mas o tempo e a maturidade (ou a falta dela) se tornaram decisivos para a boa convivência. De um lado, temos um compositor de samba de sucesso que conheceu uma nova mulher e está disposto a viver o novo. Do outro, uma mulher amargurada que se doou inteiramente abandonada por uma pessoa que praticamente ajudou a formar.

ELENCO
O grande destaque da montagem é Laila Garin, com toda sua visceralidade faz com que o público se hipnotize com sua performance, ela varia do amargor selvagem de uma mulher traída a uma dócil mansidão de alguém com expectativas de reconciliação. A atriz traz todas as camadas da personagem em uma montanha russa recheada de amor, fúria, ciúmes e possessividade. Alejandro Claveaux completa a dupla com um Jasão decidido, cheio de jeito para contornar as inconstâncias de sua parceira e com o frescor de juventude que o personagem pede. O público fica em uma encruzilhada para saber em qual lado ficar, o jogo cênico dos dois corre de forma fluída, ela de maneira intensa e emocional, ele de forma racional e cauteloso, assim se complementam as atuações e destacam as divergências do icônico casal.

MÚSICA
As músicas são de extrema importância para a narrativa e nelas podemos enxergar melhor as nuances de cada personagem, ambos se entregam a história, rendendo solos e duetos que mexem com o imaginário e os sentimentos de quem assiste com destaque para “Cálice” e o número que encerra o espetáculo (não vamos falar qual é mas garantimos que é choro na certa).
Veja “Cálice”:
A MONTAGEM
O cenário de André Cortez é composto por uma estrutura de metal móvel, os atores andam, montam, desmontam, passam por dentro… tem uma grande liberdade com a estrutura que funciona muito bem para a narrativa e tem um resultado estético muito bonito, mesmo utilizando recursos simples. A iluminação de Wagner Antonio introduz o público a este universo e tem muito destaque em cenas específicas.

O grande triunfo dessa montagem é a direção de Rafael Gomes que decidiu dar destaque ao casal protagonista e as dores da separação, mas sem esquecer dos momentos de felicidade que compartilharam, ele soube trabalhar muito bem com os sentidos de traição e as densas camadas de cada um dos personagens, recheando a história de metáforas e simbologias. Vindo do bem sucedido “Um Bonde Chamado Desejo” ele marca sua entrada no teatro musical com muito êxito, afinal, a peça já coleciona uma série de prêmios.
Gota D’Agua [A Seco] é uma peça que faz pensar, é muito comum continuar remoendo a mensagem por alguns dias depois de ter assistido, a entrega dos atores não mostra somente um bom resultado mas instiga o público a reflexão sobre as lutas e porquês daquelas pessoas. Em um cenário de musicais cada vez mais plastificados, o espetáculo vem quebrar a estética pura para dar lugar a emoção teatral que atinge diretamente e sem piedade o espectador. Este espetáculo é um belo exemplo de que o Brasil tem produtos nacionais muito bem construídos e cheios de qualidade. Você não pode ficar sem ver!
PRÊMIOS
Prêmio Cesgranrio – Atriz em Musical – Laila Garin.
Prêmio Cenym – Melhor Trilha Sonora Original ou Adaptada – Pedro Luis e Melhor
Canção Original ou Adaptada – Cálice, por Laila Garin (voz) e Pedro Luís (arranjos).
Prêmio Arte Qualidade Brasil – Melhor atriz de espetáculo Musical – Laila Garin
Prêmio Musical Cast – Melhor Musical Brasileiro, Melhor Direção – Rafael Gomes e
Melhor Atriz – Laila Garin.
INDICAÇÕES
Prêmio Shell – Melhor Figurino – Kika Lopes e Música – Pedro Luís.
Prêmio Aplauso Brasil – Melhor espetáculo Musical, Melhor diretor – Rafael Gomes,
Melhor atriz – Laila Garin, Melhor arquitetura cênica – André Cortez
Melhor Iluminação – Wagner Antônio.
SERVIÇO – GOTA D’ÁGUA [A SECO]

Teatro Porto Seguro (496 lugares)
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elísios
Informações: (11) 3226.7300
Bilheteria: Terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h. Formas de pagamento: Todos os cartões de crédito e débito (exceto Cabal, Sorocred e Goodcard).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Estapar R$ 20.
Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Praça da Luz/Rua José Paulino, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212
Sexta e Sábado às 21h | Domingo às 19h
Ingressos:
R$ 80 (Plateia) | R$ 50 (Balcão/Frisas)
Duração: 100 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: musical
Reestreia dia 07 de Abril de 2017
Curta Temporada: até 07 de Maio